No Olha-Te existe uma sala ampla e polivalente que magicamente se transforma num acolhedor gabinete de psicologia com duas poltronas e um jardim em frente. Neste espaço, é possível olharmos a vida e a natureza… é possível olharmos para nós próprios a partir de dentro.

Olhando o jardim, favorável à escuta empática, tudo pode ser procurado, refletido e transformado. Ali, em relação terapêutica, podemos viajar entre camadas de dor e sonhos, podemos olhar as espirais de relações da nossa vida, podemos projetar destinos mais ou menos férteis.
O jardim pode estar ocre e enferrujado pela solidão do outono, despido, retorcido de zanga e molhado de lágrimas no inverno, verde de esperança na primavera, colorido por brincadeiras de crianças no verão. Tudo neste espaço do apoio psicológico do Olha-Te procura despertar-nos para nós próprios, mesmo quando a crise se instala, sobretudo nesse momento, mas também quando é preciso traçar um futuro simplesmente FELIZ.

Tendo como base a psicoterapia de orientação psicodinâmica, que utiliza os conhecimentos da psicanálise, a intervenção é orientada para um progressivo aprofundamento na descoberta pessoal e para o desenvolvimento do bem-estar e da auto-estima.

Neste contexto, lida-se com as questões mais específicas dos doentes oncológicos e dos seus familiares. Abordam-se insatisfações e incertezas face aos processos de tratamento, necessidades ao nível da reorganização das relações familiares, preocupações com as mudanças na aparência física, ansiedades face aos resultados de exames, confrontos com a dor física e mental, com o processo do luto.

Enfrentam-se medos, tristezas, cansaços…comemoram-se progressos, sucessos e superações.

Toda esta intervenção de cariz psicológico procura ser realizada em estreita interação com as restantes atividades do projeto, acompanhando cada caso de forma integral e aprofundada.


Com a flexibilidade que se torna essencial, face ao ritmo da disponibilidade, determinada por diferentes variáveis como a recuperação das intervenções cirúrgicas, os tratamentos de quimioterapia ou os momentos de diagnóstico, são mantidas sessões de cerca de uma hora com uma frequência tendencialmente semanal. Procura-se sobretudo a expressão das emoções como forma de promoção da saúde e qualidade de vida do doente oncológico.


Marisa Lourenço, Psicóloga e Psicoterapeuta